27 de agosto de 2010

ENTREVISTA DO "ZERO HORA"

Entrevista do General de Exército José Carlos de Nardi, novo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, para o Jornal Zero Hora.
(Zero Hora) - Depois da solenidade em que José Carlos de Nardi foi escolhido chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, o general falou com Zero Hora por telefone, enquanto aguardava o embarque de Brasília para Porto Alegre. Ele deu as suas primeiras impressões sobre como funcionará o novo órgão.
Zero Hora Qual o seu principal desafio neste novo cargo?
General José Carlos de Nardi A interoperabilidade das forças. É procurar que as forças falem entre si, que atuem sob um comando único.
ZH Como isso funcionava antes da criação do Estado-Maior Conjunto?
De Nardi Era o Estado-Maior de Defesa. Mas não tinha essa função principal, era apenas um coordenador. Agora, é o que emprega as forças, é um comando.
ZH A parte mais polêmica desse projeto que reestrutura as Forças Armadas é o poder de polícia dado aos militares na fronteira.
De Nardi Acho que aí está havendo um engano. Desde 2004 o Exército pode atuar na faixa de fronteira, que vai do limite fronteiriço a 150 quilômetros para o interior do país. O que houve é que foi estendido para a Marinha e a Força Aérea essa autorização.
ZH O que isso muda na atuação da Marinha e da Força Aérea, concretamente?
De Nardi A Marinha poderá atuar na águas interiores fronteiriças. Quanto à Força Aérea, por exemplo, um avião que estiver conduzindo drogas, antigamente a Aeronáutica ficava no ar aguardando a ação da polícia. Agora, pode pegar um helicóptero, mandar para o local onde esse avião pousar e fazer a prisão.

As novas regras
O ministro da Defesa ganha mais poder. Ele passa, por exemplo, a decidir quem serão os comandantes das Forças Armadas. A lei cria o Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, que será comandado pelo general gaúcho José Carlos de Nardi - A medida dá poder de polícia à Marinha e à Aeronáutica nas fronteiras. O Exército já tinha essa prerrogativa - A lei prevê a criação da Secretaria de Produtos de Defesa, cuja função será determinar uma política para a aquisição de materiais utilizados pelas Forças Armadas.
Fonte: Zero Hora

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